Diz aí, mermã

Lançamento Virtual

Coluna “Diz aí, mermã”: Jornalista lança livro sobre relatos de parteiras de Oeiras

O livro é fruto das pesquisas do trabalho final de graduação em Comunicação Social da jornalista.

Publicada em 21 de setembro de 2020 - 22:39

Atualizado em 22 de setembro de 2020 - 23:01

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Coluna “Diz aí, mermã”: Jornalista lança livro sobre relatos de parteiras de Oeiras

Crédito: Arquivo Pessoal Sandy Swamy

A jornalista Sandy Swamy, que é paulista, lançou na noite desta segunda-feira, (21/09), o livro intitulado “Mãos que trazem à luz” e a solenidade ocorreu de como virtual, em respeito as medidas restritivas de isolamento social. O livro é fruto das pesquisas do trabalho final de graduação em Comunicação Social da jornalista, formada pela Universidade Estadual do Piauí, da cidade de Picos.

O lançamento do livro, que aconteceu no mesmo dia do aniversário de Sandy Swan, contou com a participação: da professora da UESPI e có-autora do livro, Lana Krisna; e da professora da UESPI, Sônia Mariah, como convidado especial. E ainda, a participação de Maria Elemir Carvalho Gonçalves, a irmã do ex- deputado federal Assis Carvalho, falecido em julho este ano, em homenagem a ele por ter contribuído com a publicação do livro.

Segundo Sandy Swamy, o tema sobre as parteiras da cidade de Oeiras surgiu em conversa com uma amiga, que tratava sobre as parteiras da cidade de Picos.

“Eu me interessei pelo tema, principalmente, porque tratam de histórias de mulheres muito fortes. Mulheres que, por muitos anos, foram o único auxílio ao parto em regiões onde não tinha acesso aos hospitais e atualmente, são mulheres que estão sendo inviabilizadas. Não se ouve falar mais tanto sobre parteiras tradicionais. Trazer mais destas memórias e aprender também com elas”, explicou.

Sandy Swamy destaca que em sua pesquisa entrevistou 5 parteiras da zona rural de Oeiras e com elas aprendeu diversos conhecimentos, inclusive, de ervas medicinais.

“Com elas, eu encontrei muitos conhecimentos populares sobre: ervas, partos, posições de partos. Uma coisa interessante é que partos com parteiras tradicionais não contém muitas intervenções, porque são partos vaginais, partos normais. Então é um momento de espera, escuta, cuidados e sem grandes intervenções. A mulher e o bebe são os protagonistas do parto. Com elas, a gente descobriu que elas, durante o parto, utilizam orações e ervas para diminuir as dores. Também descobrimos que elas sabem que o conhecimento delas é limitado, quando elas percebiam que não era possível realizar o parto natural, elas acompanhavam as mulheres até o hospital”, esclarece.

PARTO COM PARTEIRAS X PARTO HUMANIZADO

Sandy Swamy esclarece que o parto com parteiras tem relação com o parto chamado de humanizado. De acordo com a jornalista, o primeiro capítulo do livro retrata sobre a questão de realizar partos pensados em atender de humanamente as mulheres.

“O parto com as parteiras era realizado em ambiente familiar, onde tinha somente mulheres. Depois foi levado para o hospital e passou a ter grandes intervenções. O parto humanizado é um pouco disto e é realizado com profissionais que atendem humanamente as mulheres. Com profissionais que compreendem que aquele momento, que cada parto é um momento único e que cada mulher vai reagir de uma forma diferente. Tem mulher que vai conseguir ter um parto normal e outras poderão ter complicações”, pontua.

PROIBIDAS DE AUXILIAR PARTOS

A jornalista ressalta que diante da evolução da saúde na cidade de Oeiras, o trabalho das parteiras foi proibido pela Secretaria de Saúde do Piauí e o último parto foi realizado em 2018, no período da semana santa.

“Infelizmente, as parteiras não estão mais em atividades. Elas foram proibidas de auxiliar o parto. A parteira mais nova que entrevistei tem 49 anos e realizou em 2018 o último parto. Elas poderiam estar auxiliando muitas mulheres que têm dificuldades de chegar à cidade no momento do parto”, destacou.

LIVRO COMO REFERÊNCIA

O livro de Sandy Swany, “Mãos que trazem à luz”, já ultrapassou as fronteiras do Piauí e do Nordeste, chegando ao Norte, mais especificamente, no Estado do Pará.

“Eu não esperava ter esta repercussão. Era somente um trabalho de conclusão de curso. O sonho da publicação era um sonho distante. Graças a Deus deu tudo certo e o livro tem servido de material metodológico para uma mestranda do Pará”, finalizou.

Fonte: Márcia Gabriele


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