Série D

“Aqui nada mudou. Meu Deus, que calor. É muito quente”, diz goleiro Bruno sobre o calor do Piauí

O Rio Branco, do Acre, irá enfrentar pela Série D, o Altos, do Piauí, neste domingo, (13/12), às 15h 45, no estádio municipal Felipe Raulino, o Felipão.

Publicada em 13 de dezembro de 2020 - 12:14

Atualizado em 13 de dezembro de 2020 - 14:52

Imprimir
“Aqui nada mudou. Meu Deus, que calor. É muito quente”, diz goleiro Bruno sobre o calor do Piauí

O goleiro Bruno Fernandes, que está atuando no Rio Branco Football Club, divulgou em suas redes sociais um vídeo em que reclama do calor do Piauí. O Rio Branco, do Acre, irá enfrentar pela Série D do Campeonato Brasileiro, o Altos, do Piauí, neste domingo, (13/12), às 15h 45, no estádio municipal Felipe Raulino, o Felipão, localizado no município de Altos.

Bruno reclamou que, após 30 anos da última vez que veio ao Piauí, a temperatura do Piauí segue sem alterações, mas que veio ao estado porque tem um compromisso.

“Rapaz, a gente está no Piauí, a gente vai jogar contra o Altos do Piauí. E aqui nada mudou! Depois de quase 30 anos depois, retorno ao Piauí. Meu Deus, que calor. É muito quente! Mas é isso aí! Vida é que segue. A gente tem um compromisso, um jogo importante amanhã. Esperamos fazer bonito, para tentar surpreender esta série D”, declarou.

Segundo Werton Costa, climatologista da Universidade Estadual do Piauí (Uespi), é necessário conhecer as realidades dos estados e entender que a condição climática de uma determinda região não muda com facilidade.

“A fala do goleiro Bruno, na verdade, só ilustra um desconhecimento da realidade climática do Estado do Piauí. O Estado do Piauí foi quente, é quente e continuará quente. Se ele tivesse a oportunidade de estar no Estado do Piauí em um momento em que as temperaturas fossem ligeiramente mais amenas, ele teria que vir ao Piauí, em meados de março, que é quando as temperaturas do Piauí caem mais, durante o período diurno. Se ele quiser temperaturas mais amenas no período noturno, ele teria que vir de junho para julho, quando nós temos as temperaturas de madrugada mais agradáveis, que é o ciclo invernal”, explica o climatologista.

SAIBA O QUE SÃO AS CONDIÇÕES CLIMÁTICAS

O climatologista, Werton Costa, alerta que é preciso entender o conceito de clima e a diferença entre clima e tempo. Ele conta que o tempo é o estado momentâneo da atmosfera, quando dizermos que está ensolarado, nublado ou chuvoso. Já, o clima ou a condição climática não muda a todo momento.

“O goleiro Bruno chegou ao Piauí, em condições de tempo firme, ensolarado e a parcialmente nublado. Essa condição por si só, é a condição temporal. Mas ele chegou também dentro de uma condição climática estacional. Que condição climática é esta? O clima do Estado do Piauí é um clima tropical. Ele é o dominante em todo estado. Grosso modo, nós temos dois tipos climáticos no Piauí: o tropical e o semiárido. Ambos são quentes. Porque são quentes? Devido a localização do Estado do Piauí. O Piauí é um estado localizado próximo da linha do Equador, dentro da zona chamada intertropical, que é a parte do planeta Terra que recebe a maior quantidade de energia radiante, ou seja, a maior quantidade de sol, insolação. O Estado do Piauí está categorizado, historicamente, como um dos estados brasileiros que recebem não só a maior energia radiante, mas apresenta as maiores médias térmicas, as maiores máximas e apresenta também durante o período de estiagem um dos maiores indicadores de baixa umidade. Então, isso não é uma novidade”, esclarece.

ASSISTA EM NOSSO CANAL NO YOUTUBE: Declaração do goleiro Bruno sobre o calor no Piauí não alterar.

JORNALISTA COMENTA CRÍTICA DE BRUNO

A jornalista Cinthia Lages comentou a declaração do goleiro Bruno, no qual diz que no Piauí “nada mudou”, ao se referir ao calor. Cinthia Lages, ao se dirigir ao atleta, relembrou de números relacionados a violência contra as mulheres no Piauí.

“Tem outra coisa que não muda no Piauí , goleiro Bruno: a cultura machista. Até setembro deste ano,16 mulheres já tinham sido mortas. E você nem vai acreditar mas eu conto assim mesmo : 80% dos criminosos, e aí entram agressores e assassinos, tinham relação amorosa com as vítimas. Outros 20% não aceitavam o fim do relacionamento. O último feminicídio aconteceu em Campo Maior há 5 dias . Você está certo, assim como as altas temperaturas, esse comportamento dos homens também não muda nunca por aqui”, ressaltou a jornalista.

Fonte: Márcia Gabriele


Deixe seu comentário