O Sindicato dos Hospitais, Clínicas, Casas de Saúde e Laboratórios de Pesquisas e Análises Clínicas do Estado do Piauí (SINDHOSPI) encaminhou ofício à Prefeitura de Teresina solicitando a revogação das disposições insertas no decreto nº 19.741, nos artigos sobre a restrição de 50% de ocupação da capacidade física do estabelecimento e do atendimento eletivo no turno da manhã.
Jefferson Campelo, presidente do SINDHOSPI, destaca que restringir a ocupação da capacidade para 50% se torna desnecessário, já que alguns estabelecimentos possuem dimensões diferentes. “Se levarmos em conta que se deve obedecer a distância mínima de dois metros entre as pessoas, se mostra desnecessário que haja limitação de ocupação em 50% da capacidade do estabelecimento, pois isto já é decorrência lógica da própria necessidade de distanciamento de dois metros no local”, pontua.
O Sindicato ressalta que frente a essa realidade, algumas empresas podem funcionar com sua capacidade de lotação acima dos 50%, mas sem desrespeitar o distanciamento mínimo de dois metros. Quanto à disposição do Inciso II do art. 3, que fala sobre o limite diário de, no máximo, 30% do quadro de funcionários, o Sindicato sinaliza que a determinação impõe prejuízo no atendimento dos pacientes e a própria sobrevivência das empresas, que já esgotaram as medidas alternativas para manutenção do contrato de seus colaboradores. “Com isso, tem se procedido a demissão de inúmeros colaboradores, medida que deve ser mantida, infelizmente, caso persista as restrições”, argumenta Jefferson.
A ponderação do Sindicato, quanto à limitação de 30% do quadro de pessoal, é que a disposição referente à medida de distanciamento já é capaz de determinar a capacidade de lotação do estabelecimento, sem que com isso se limite o setor de pessoal. O presidente ainda reforça que “as empresas possuem ambientes laborais distintos, uns mais amplos que outros, sendo que em alguns casos sequer a empresa pode ser aberta, visto que muitas dessas conta com apenas um ou dois colaboradores. Logo, como se poderia calcular o percentual nestes casos?”, questiona.
O SINDHOSPI ainda salienta que o tratamento precoce da Covid-19 já é amplamente reconhecido no mundo, como medida essencial para se evitar o agravamento da doença. Para isso, exige-se a necessidade de leitos de Unidades de Terapia Intensivas (UTI´s), muitas vezes em escassez. “Então analisando por todos os prismas, a retirada das restrições em questão é medida que se impõe ao momento, sob pena de se trazer sérios agravos à saúde da população”, finaliza Jefferson.
Sindicato ainda pede aumento da frota de ônibus nos horários de pico
No documento enviado à Prefeitura, o SINDHOSPI ainda solicita o aumento da frota de ônibus nos horários de pico na cidade, entre 6h às 9h e de 16h às 19h. O presidente do Sindicato, Jefferson Campelo, explica que os funcionários dos estabelecimentos de saúde do setor privado têm sido submetidos a longos períodos de espera. “Muitos empregados têm esperado até duas horas nas paradas de ônibus. Além de desumano, esta demora põe em risco a segurança dos trabalhadores, que ficam suscetíveis a assaltos, especialmente no turno da noite”, alega.
O Sindicato também pondera que a frota reduzida acarreta em aglomerações de pessoas nos pontos de ônibus, consequentemente colocando em risco toda a sociedade diante da pandemia do novo coronavírus. Portanto, fora encaminhado esse ofício, a fim de que o Prefeito ponderando essa realidade, proceda com as necessárias mudanças, ainda mais diante da redução dos números de casos e mortes decorrentes da covid-19.