Enfrentando as consequências provocadas pela pandemia do Covid-19, as indústrias piauienses têm um cenário complexo a ser enfrentado ao longo dos próximos meses. Mesmo com baixo estoque, dificuldades na obtenção de alguns insumos, aumento significativo dos preços dos insumos e necessidade de aumentar o nível de utilização da capacidade já instalada, as projeções da Federação das Indústrias do Estado do Piauí (FIEPI) demonstram otimismo e estabilidade na recuperação das atividades industriais.
A forte contração da demanda, imposta nos primeiros meses da pandemia de coronavírus no Brasil, resultou em diminuição ou, em alguns casos, paralisação da produção em uma série de empresas. Atualmente, a indústria piauiense está vivenciando um processo de reestruturação da economia. O economista e consultor do Centro das Indústrias do Estado do Piauí (CIEPI) Márcio Braz fez uma análise do cenário industrial do Estado e prevê estabilidade no primeiro semestre de 2021.
“As perspectivas demonstram que toda essa situação vivida pela indústria se resolva em alguns meses. Não acredito que se estabilize até janeiro, nem que todas as atividades tenham os seus problemas resolvidos ao mesmo tempo. Mas tenho uma projeção de que isso vai acontecer ao longo do primeiro semestre do ano que vem porque as empresas vão ter que passar por um período de readaptação muito grande. Nós temos hoje, por exemplo, problemas de suprimento de capital de giro que impede as empresas de atingirem a produção de toda a sua capacidade já instalada. Então acho que isso tudo vai ser levado até junho para ser estabilizado, de um modo geral”, explica.
A pesquisa Sondagem Industrial realizada FIEPI em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI) no mês de outubro, com dados referentes ao mês de setembro, revelam que o volume de produção das empresas em relação ao mês anterior apresentou uma estabilidade de 36,5%, embora tenha apresentado uma leve queda se comparado ao mês anterior, que foi de 43,3%, ficando muito próxima da região Nordeste que foi de 41,3%.
Márcio Braz recomenda que as indústrias façam uma readaptação ao atual cenário e planejem ações estratégicas efetivas para o desenvolvimento econômico.
“Uma das principais orientações é que se tenha paciência, gerenciamento mais rigoroso possível do fluxo de caixa das empresas, um bom gerenciamento de estoque e negociação tanto com o cliente quanto com fornecedores. Além disso, as empresas devem se adequar, modernizar o máximo sua estrutura de comercialização para adaptação das vendas à distância, e um controle muito rigoroso da estrutura de custos de um modo geral, dentre outras ações importantes”, conclui o economista do CIEPI.