Com a crescente demanda de casos da covid-19, mesmo com a ampliação do atendimento, hospitais continuam com ocupação máxima e faz necessário proteger insumos essenciais como oxigênio (O2) para evitar o desabastecimento.
E para dar eficiência ao uso do O2 o Hospital de Urgência de Teresina (HUT) desenvolveu o projeto chamado “Oxigênio no alvo” para evitar desperdício e continuar oferecendo a assistência correta ao paciente acometido da síndrome respiratória aguda grave (SRAG) provocada pelo coronavírus.
“Criamos um protocolo sobre a saturação alvo adequada, baseado em manuais com as diretrizes (guidelines) mais atuais, e divulgamos o fluxograma decisório de suporte de oxigenoterapia”, explica a fisioterapeuta responsável pelo projeto, Danila Vieira.
Todos os prontuários são estudados de maneira a garantir que seja fornecido apenas o necessário a cada paciente. Para doentes agudos, o alvo gira entre 92% a 96% enquanto para pacientes com risco de insuficiência respiratória hipercápnica a saturação alvo corresponde entre 88% a 92%.
A respeito do manejo da oxigenação, uma oferta maior que 96% de O2, além de resultar em desperdício, pode aumentar o risco de mortalidade, ressaltou Danila, que é coordenadora do Serviço de Fisioterapia do HUT.
Após análise, uma sinalização individual com o parâmetro do oxigênio é colocada nos leitos para que toda a equipe multidisciplinar tenha a mesma conduta para o melhor desfecho clínico de cada paciente.
As recomendações para uso racional do oxigênio hospitalar, através do projeto iniciado no HUT, são pragmáticas e estão sendo reproduzidas na rede hospitalar de todo o Estado. Segundo Fábio Marcos, diretor geral do HUT “aplicar esse protocolo desenvolvido pela nossa equipe de vanguarda é essencial para desmamar a suplementação do O2 de forma eficaz e eficiente, através da avaliação contínua da saturação alvo”, conclui.