O governo francês proibiu nesta quarta-feira (27) o uso de hidroxicloroquina no tratamento de doentes com Covid-19. A decisão foi tomada após um estudo ter provado não só a ineficácia do remédio no contexto da pandemia, como o aumento do risco de morte dos pacientes.
O Conselho Superior de Saúde Pública e a Agência Nacional de Segurança de Medicamentos e Produtos de Saúde divulgaram parecer negativo sobre a prescrição do remédio para tratamento da Covid-19. As conclusões negativas dos órgãos acontece após estudo publicado na semana passada, na revista científica The Lancet, que desaconselha o uso de hidroxicloroquina, já que aumenta substancialmente o risco de morte dos pacientes.
Com isso, a França revogou o decreto de 11 de maio que autorizava a administração do medicamento. O conselho considerou que as descobertas justificam “não usar hidroxicloroquina isoladamente ou em combinação com um antibiótico para o tratamento de Covid-19 em pacientes em ambulatório ou hospitalizados, qualquer que seja o nível de gravidade”.
O estudo da The Lancet é o primeiro ensaio em larga escala sobre os efeitos da cloroquina e da hidroxicloroquina em doentes com a Covid-19. A pesquisa também levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a suspender os ensaios clínicos com hidroxicloroquina no combate à doença.
O uso do antiviral passou a ser alvo de várias discussões, na medida em que a hidroxicloroquina era utilizada, mas sem nenhuma investigação que apoiasse a sua eficácia no contexto da atual pandemia. Nos últimos dias, o remédio ganhou ainda mais protagonismo depois do presidente norte-americano, Donald Trump, ter admitido que o tomava diariamente para prevenir a infeção pelo novo coronavírus. Trump defendia que existiam “sinais muito fortes” de que o antiviral funcionava como tratamento da Covid-19.