Em tempos de discurso polarizado, é preciso resgatar uma comunicação menos agressiva que fortaleça a capacidade do ser humano de interagir e socializar, mesmo em condições adversas. De acordo com o psicólogo da Intermed, José Augusto Ribeiro, a Comunicação Não Violenta (CNV) ajuda no estabelecimento de relações de parceria e cooperação, em que predomina comunicação eficaz e empatia.
“A CNV, também conhecida como comunicação compassiva, é um processo de pesquisa contínuo desenvolvido por Marshall Bertram Rosenberg, que enfatiza a importância de determinar ações à base de valores comuns. Quando usada como guia na construção de acordos, a CNV pode tomar a forma de uma série de distinções como entre sentimentos e opiniões, necessidades e estratégias e pedidos e exigências”, disse o psicólogo.
Uma comunicação à base destas distinções, ainda de acordo com José Augusto, tende a evitar dinâmicas classificatórias, dominatórias e desresponsabilizantes, que rotulam ou enquadram os interlocutores ou terceiros. A CNV enxerga uma continuidade entre as esferas pessoal, interpessoal e social, e proporciona formas práticas de intervir nelas.
“Aqueles que se apoiam na comunicação não violenta (chamada também de comunicação empática) consideram que todas as ações são originadas numa tentativa de satisfazer necessidades humanas, mas tentam fazê-lo evitando o uso do medo, da vergonha, da acusação, da ideia de falha, da coerção ou das ameaças. Um princípio-chave da comunicação não violenta é a capacidade de se expressar sem usar julgamentos de “bom” ou “mau”, do que está certo ou errado. A ênfase é posta em expressar sentimentos e necessidades, em vez de críticas ou juízos de valor”, destacou.