No último sábado 18, é lembrado o Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes tem como missão lembrar à sociedade de um problema grave: o grande número de casos de abuso sexual contra crianças e adolescente no Brasil.
Segundo o último boletim epidemiológico do Ministério da Saúde com dados relacionados a violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil entre 2015 a 2021, foram notificados 202.948 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil, sendo 83.571 contra crianças e 119.377 contra adolescentes. Além da violência do ato, especialistas alertam para o fato de que a recuperação emocional das vítimas é muito difícil.
“As sequelas em crianças que sofrem esse tipo de abuso muitas vezes são irreversíveis. São sequelas psicoemocionais que vão ferir e marcar a vida dessa pessoa muitas vezes para sempre, por isso que se trata de um trabalho voltado não só de conscientização, mas também de resgate dessas crianças”, explica o psicólogo da rede Hapvida NotreDame Intermédica, Carol Costa.
O psicólogo lembra que é preciso entender que o abuso acontece de várias formas e que não necessariamente buscando apenas a penetração, mas um olhar, um gesto, um toque. “Isso também é abuso, além também do abalo psicológico causado”, afirma. O fato de o abuso, muitas vezes, acontecer dentro de casa, dificulta bastante o combate e a prevenção. De acordo com o Boletim, familiares e conhecidos são responsáveis por 68% das agressões contra crianças e 58,4% das agressões contra adolescentes nessas faixas etárias.
Nem sempre a criança consegue compreender o que está acontecendo e só processa que aquilo vivido foi uma agressão tempos depois por isso, alguns cuidados e ensinamentos podem ajudar a evitar a violência:
Ensinar à criança sobre as partes íntimas do corpo
Identificando o que é íntimo elas podem relatar aos pais quando algo fora do comum acontecer.
Explicar sobre os limites do corpo
Ensine a criança a não permitir que ninguém toque as suas partes íntimas, ou ainda, que ela não toque nas partes íntimas de nenhuma pessoa, seja ela conhecida ou desconhecida.
Incentive a criança a conversar com você
A criança de se sentir segura, entender que segredo não é coisa boa para lhe contar qualquer coisa, inclusive uma situação de abuso., por isso, a criança nunca deverá ser punida, criticada ou castigada por contar qualquer coisa sobre o seu corpo.
Saiba com quem seu filho anda e o que ele está fazendo
Muitos dos casos de abuso infantil acontecem quando uma criança passa horas sozinha com um adulto. Se for preciso deixá-lo por horas com um adulto ou um adolescente responsável, tenha meios de vigiá-los
Analise a reação da criança
Sempre analise a reação da criança. Se ela demonstra não ter afeição por alguém próximo, que ela teoricamente deveria desenvolver afeto, tente entender o motivo.
Identifique os possíveis sinais de um abuso
é possível que a criança tenha alterações no seu comportamento, como: irritação, ansiedade, dores de cabeça, alterações gastrointestinais frequentes, rebeldia, raiva, introspecção ou depressão, problemas escolares, pesadelos constantes, xixi na cama e presença de comportamentos regressivos (por exemplo, voltar a chupar o dedo)