No Brasil, 28 de agosto foi instituído como o Dia Nacional do Voluntariado. A data foi criada para homenagear as pessoas que são motivadas a colaborar com o desenvolvimento sustentável do planeta a partir de inúmeras ações. Em 2020, a Casa de Apoio à Criança com Câncer – Lar de Maria completou 20 anos, e para chegar a duas décadas, o trabalho voluntário foi fundamental para a manutenção deste sonho.
Projeto da Rede Feminina de Combate ao Câncer do Piauí (RFCC-PI), planejado, inicialmente, para acolher pacientes com câncer em situação de vulnerabilidade social provenientes do interior do Piauí e outros estados, durante o tratamento em Teresina. Hoje, além de uma casa de apoio, o Lar de Maria se consolidou como um espaço de esperança e vitórias por meio do amor ao próximo fortalecido pelo voluntariado e uma grande rede de amigos e parceiros. Após sua inauguração, taxa de abandono do tratamento do câncer hoje é de menos de 5% em todo o Estado.
Desde vender rifas para auxiliar no tratamento do câncer infantojuvenil, até motivar potenciais novos doadores para a instituição, os voluntários, através do altruísmo, cidadania, da responsabilidade social e solidariedade, desempenham com muito amor essa missão. A exemplo disso, a voluntária Samara Martins, que externa a experiência transformadora de ser voluntária no Lar de Maria e como isso a ajudou na recuperação de um quadro de depressão.
“Nós somos os pilares fundamentais da instituição, somos como máquinas colheitadeiras, nós vamos a campo pedir e conquistar a confiança dos doadores. Muitas voluntárias, assim como eu, batalharam para que o Lar de Maria ser o que ele é hoje. E existe uma Samara antes e depois do Lar de Maria. Obtive muito aprendizado diário e troca de experiências e isso me deu um novo sentido em minha vida. Logo porque fui mãe muito jovem e muito inexperiente, meu filho por forças maior precisou morar com o pai, o que me deixou sozinha e deprimida. E a companhia das crianças me trouxe um bem, o trabalho voluntário me proporcionou uma válvula de escape”, disse emocionada por sua trajetória de 18 anos.
Tânia Cardoso, coordenadora do Projeto Alertar da RFCC-PI, há 21 anos desempenha esse trabalho voluntário. Á frente desse projeto, ela lidera um grupo de pessoas que adentram empresas, escolas, faculdades e hospitais para alertar a população sobre como se prevenir contra o câncer. A voluntária descreve a importância do voluntariado que é desenvolvido em torno do Lar de Maria visando o bem estar de cada paciente.
“Vejo o trabalho voluntário, principalmente o que desenvolvemos dentro do Lar de Maria, de suma importância para as famílias. Hoje os pais não precisam mais se preocupar com os custos financeiros do tratamento oncológico de seus filhos, a única preocupação que a família tem hoje é de cuidar e amparar o seu filho porque o resto fica por conta da RFCC-PI, através do Lar de Maria”, destacou a coordenadora.
Por meio da sua doação e de tantos outros parceiros, campanhas como a “Setembro Dourado” são colocadas em prática ao levar informações as famílias sobre os sinais e sintomas do câncer infantojuvenil, considerada a enfermidade que mais mata crianças e adolescentes de 01 a 19 anos no país. “Diariamente nós encaramos o câncer através das vidas dos nossos pacientes, que bravamente lutam pela vida. Isso nos dá um gás para levar a informação sobre o câncer para toda sociedade, não queremos mais presenciar vítimas dessa doença”, enfatiza Tânia.
“Ajudar ao próximo não tem preço”, afirma Lenora
Um simples gesto somado às ações de outras pessoas, capaz de transformar a vida de alguém, traz benefícios para todos os envolvidos. Francisca Tupinambá, por exemplo, revela que o trabalho voluntário é uma forma de terapia que ela faz para ser mais feliz. “O trabalho voluntário precisa de muita seriedade e compromisso. Eu sou apaixonada por isso, recebo as missões e batalho muito para realizá-las. É como uma terapia divina, antes eu não vivia feliz, agora sou uma mulher muito contente e com um estado de espirito elevado”, descreveu a filantropa que há 30 anos de dedica aos projetos da RFCC-PI e outras causas sociais.
Voluntária da RFCC-PI desde a inauguração do Lar de Maria, Lenora Campelo, que desempenha essa digna missão solidária na instituição, destaca os benefícios pessoais que adquiriu durante todo esse período atuando como voluntária. “O maior benefício para nós voluntárias é a certeza de que ajudar ao próximo não existe preço. A cada sorriso dado, a cada palavra de carinho dita e abraços apertados, muitas vezes sofrido, fortalece nossos corações e nos faz acreditar que vale a pena lutar, mesmo em meio as perdas, temos a certeza que precisamos continuar por aqueles que permanecem”, ressalta a altruísta.
Ela recorda com carinho os trabalhos que desenvolveu quando entrou na instituição e externa a experiência de ter ajudado em momentos ímpares do Lar de Maria. “No início eu comecei decorando a sala de recreação do Hospital São Marcos, todos os meses eu arrumava a sala de acordo com as datas comemorativas do mês. Depois disso passei a organizar as comemorações da RFCC-PI e participei diretamente da criação do Lar de Maria, afinal estou lá desde quando tivemos a ideia de construir essa Casa de Apoio. E não tem como esquecer também o primeiro ‘Mc Dia Feliz’, nós éramos poucas voluntárias, nunca tínhamos participado de um evento dessa magnitude e não podíamos falhar”, finaliza a voluntária.
Samara, Tânia, Francisca e Lenora são apenas algumas de tantas outras voluntárias e pessoas do bem que dedicam seu tempo e são fundamentais para a continuidade de projetos como o Lar de Maria. São 20 anos de histórias que foram protagonizadas pela doação de cada voluntário que passou pela instituição. Atualmente, a RFCC-PI conta com 141 voluntários que assinaram o termo de adesão da entidade e exercem o voluntariado. Você também pode fazer parte desta grande corrente de solidariedade, acessando o endereço https://linktr.ee/redefemininapiaui para mais informações e o número (86) 3215-9650.