A partir da noite desta segunda-feira (17), os funcionários dos Correios decidiram fazer greve geral em todo o país, por tempo indeterminado, já que não houve acordo na proposta de reajuste salarial em trâmite. Os funcionários alegam perda de benefícios, o que representaria um retrocesso para a categoria.
A greve já estava em curso nos estados do Amapá, Bahia, Brasília, Espírito Santo, Minas Gerais, Paraná, Piauí, Rio de Janeiro, além dos municípios de Santos (SP) e no Vale do Paraíba (SP). Agora, ela foi estendida a todo o território nacional: todos os sindicatos dos trabalhadores dos Correios decidiram pela paralisação geral, que começou a partir das 22h, nos locais onde havia terceiro turno de trabalho e, a partir da meia-noite, no resto do país.
A estatal, no entanto, manteve um mínimo de atividades em funcionamento, já que se trata de um serviço essencial.
Reajuste salarial com perda de benefícios
A greve foi desencadeada porque os sindicatos não concordaram com a proposta de reajuste salarial sugerida pela diretoria da companhia.
De acordo com o secretário da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (FENTECT), Emerson Marinho, a proposta é injusta e tira benefícios, como a retirada de filhos dependentes com necessidades especiais. Para os funcionários, essa perda de benefícios significa um retrocesso de direitos.
Correios citam “realidade do país”
Segundo o presidente dos Correios, general Floriano Peixoto, são os órgãos competentes que avaliam as possibilidades de desestatização da empresa, considerando as melhores alternativas, tanto para os funcionários como para a sociedade.
A proposta apresentada pela empresa, portanto, “é condizente com a situação financeira e a realidade do país”. Caso os ajustes não sejam implementados, haverá um grave comprometimento na situação econômica da companhia.
Os funcionários, no entanto, alegam que o argumento da presidência é controverso. A própria FENTEC divulgou que Peixoto escalou pelo menos 10 militares em cargos estratégicos da direção dos Correios e suas subsidiárias, com salários entre R$ 30 mil e R$ 46 mil.