Conhecida popularmente como “pressão alta”, a hipertensão arterial é uma doença na maioria das vezes silenciosa e que atinge cerca de 30% da população mundial de acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Ainda de acordo com o órgão, cerca de metade da população hipertensa desconhece que possui a doença.
“A pressão arterial trata-se da pressão que o sangue exerce contra as paredes das artérias e é considerada ideal quando, ao aferir, está com valores de 120/80 mmHg (12 por 8). Quando a pressão está igual ou maior que 140/90 mmHg (14 por 9), pelo menos em duas ocasiões distintas, o indivíduo é considerado hipertenso”, explica a cardiologista da Med Imagem, Luam Vieira (CRM/PI 2274).
Para a especialista, por atingir boa parte da população acima dos 60 anos, o quadro é preocupante. “A hipertensão se constitui atualmente em um problema de saúde pública e é extremamente prevalente, acometendo até 60% dos nossos idosos”, ressalta Luam.
Mesmo silenciosa na maioria das vezes, alguns sintomas podem ser observados em quadros avançados de hipertensão. “Algumas pessoas podem se queixar de tontura, mal-estar, cansaço, fadiga, fraqueza e dor de cabeça. Mas a maioria é assintomática, por isso é grave”, destaca a médica.
Assim como muitas doenças, a hipertensão pode ser evitada com a adoção de hábitos mais saudáveis, além do controle do peso que também é fundamental na prevenção e no tratamento. Deve-se ainda evitar o consumo de alimentos ultraprocessados, pois isso afeta a saúde como um todo. “Para controlar ou diminuir a pressão alta, mudança no estilo de vida é importante. A prática de exercícios físicos, alimentação rica em frutas e legumes, não consumir alimentos ricos em sal como embutidos e enlatados, que são conservados em sódio, diminuir o consumo de bebida alcoólica e eliminar o tabagismo são ações importantes para a prevenir e controlar essa doença”, orienta a cardiologista.
Hipertensão x Coronavírus
A hipertensão já é uma patologia considerada grave e quando associada ao coronavírus pode piorar o estado do paciente. “A pressão alta, assim como outras comorbidades como obesidade e diabetes, torna a infecção pelo coronavírus com a tendência a ser mais grave. Por isso, é de extrema importância que as pessoas com comorbidades façam o controle dessas doenças pré-existentes”, reforça Luam Vieira.
A cardiologista relata também que a pandemia aumentou o peso da população. “A população ficou em casa e comendo, o que fez aumentar o peso e consequentemente o aumento da pressão. Ao comerem muito fast-food, embutidos e enlatados conservados em sal vem causando um aumento de peso considerável”.
Hipertensão x Coração
A pressão alta é uma doença que pode atingir vários órgãos vitais do corpo como rim, cérebro, pulmão e coração. A hipertensão é um dos fatores de risco para infarto, Acidente Vascular Cerebral (AVC), edema de pulmão, entre outras. De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), a doença é responsável por 40% dos infartos no país. Diante disso, é de extrema importância que a pessoa faça o tratamento adequado ao ser diagnosticada como hipertensa.
“A probabilidade de alguém com pressão alta ter problemas no coração é muito grande. O que podemos fazer para tentar que não afete o coração é um tratamento rígido para que a pressão fique no nível ideal de 12 por 8”, esclarece a cardiologista.
A médica da Med Imagem explica ainda que depois que a pessoa é diagnosticada como hipertensa, o tratamento dura a vida toda. “Depois de descoberta a doença, a pessoa precisará adotar um cardiologista que fará o tratamento mais adequado para cada paciente”, frisou.