O Piauí é o estado com o maior percentual de habitantes que produzem bens exclusivamente para o próprio consumo: 22,3% da população com 14 anos ou mais de idade, o que equivale a 584 mil pessoas. O cultivo, pesca, caça e criação de animais é a principal atividade realizada para consumo próprio no estado, sendo feita por 90,6% dessas pessoas. Desde 2016, cresce o percentual de pessoas do Piauí que produzem para o próprio consumo. Eram 17,8% em 2016, uma variação de 4,5 pontos percentuais na comparação com 2019 (22,3%).
No país, apenas 7,5% dos brasileiros produzem bens para o consumo próprio. A diferença entre Piauí e Maranhão, primeiro e segundo lugar respectivamente, é de 7,4 pontos percentuais. O Rio de Janeiro possui o menor percentual, apenas 1,7%. É o que aponta a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) 2019 no módulo Outras Formas de Trabalho. O estudo é produzido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e traz informações sobre atividades que as pessoas realizam no dia a dia e não recebem nenhum tipo de remuneração por elas.
No Piauí, cerca de 15,6% das pessoas que produzem para consumo próprio também fazem carvão, cortam ou coletam lenha, palha ou outro material. A fabricação de calçados, roupas, móveis, cerâmicas, alimentos ou outros produtos é feita por 4,1% e a atividade de construção de prédio, cômodo, poço ou outras obras é realizada por 2,6%.
Apesar de ser a atividade para próprio consumo realizada por menos pessoas no Piauí, a construção de prédio, cômodo, poço ou outras obras é a que mais despende tempo: em média, os piauienses gastam 11,7 horas semanais para isso. Cerca de 8,4 horas semanais são gastas com o cultivo, pesca, caça e criação de animais. Para a fabricação de roupas, móveis, cerâmicas, alimentos ou outros produtos são gastas 7,9 horas semanais e para a produção de carvão, corte ou coleta de lenha, palha ou outro material são usadas 4,4 horas em média.
Daqueles que produzem para o próprio consumo no Piauí, cerca de 51% são homens e 49% são mulheres. Aproximadamente 44,6% dessas pessoas também atuam em outras ocupações remuneradas. Cerca de 69,7% delas não possuem instrução ou têm o ensino fundamental incompleto.